• 26 de November de 2024

     A morte de Madre Teresa de Calcutá, freira reconhecida por sua obra de caridade com órfãos e hansenianos na Índia e canonizada há um ano pelo papa Francisco, completou 20 anos, ontem.
Entre as principais homenagens recebidas pela religiosa em todo o mundo, esteve a inauguração, também ontem, de uma catedral no Kosovo, com o nome da santa católica. 

    O país europeu (não reconhecido por parte da comunidade internacional) é terra natal de sua família. Teresa foi considerada santa porque a Igreja Católica reconheceu a realização de dois “milagres”, ou seja, a comprovação de duas curas inexplicáveis (incluindo a de uma brasileiro) de pessoas que fizeram orações à, então, Madre Teresa. 

     O Vaticano julgou ainda que a vida dela foi sagrada o suficiente para que, após a morte, ela consiga concretizar novos milagres e que seja digna da devoção dos fiéis. O Diário do Nordeste conversou com o padre Caetano Rizzi, que foi o promotor de Justiça no processo do Vaticano que investigou um dos milagres atribuídos à madre e citado para justificar a canonização. 

      Sacerdote da Diocese de Santos, padre Caetano investigou a cura de um engenheiro nascido nessa cidade do litoral de São Paulo, com grave problema neurológico.
Em dezembro de 2008, Marcilio Haddad Andrino, então com 35 anos, ficou doente de repente e teve que voltar da lua de mel em Gramado (RS) às pressas para ser internado urgência em Santos. 

    Os médicos diagnosticaram hidrocefalia e oito abcessos (áreas infeccionadas) no cérebro, por origem bacteriana ou viral, que provocam a destruição dos tecidos e a produção de pus dentro do encéfalo.

Sua mulher fazia orações intensas para Madre Teresa de Calcutá. Um dia, ainda com uma cirurgia pendente, ele acordou se sentindo bem no hospital. 

    O miraculado foi examinado por uma junta médica completa. Foi submetido a todos os tipos, pois não queríamos dar laudo que pudesse favorecer. Como ele tinha entrado em coma, desenganado pela medicina, os exames médicos tinham que ser firmes e fortes. Teriam que chegar à conclusão ‘a ciência não tem como explicar o que aconteceu’. 

    Aí está o milagre. Tinha que ser sério. Antes do processo ele já levava vida normal. Hoje, um ano depois da canonização, continuar a morar no Rio de Janeiro e leva vida normal. Trabalha na área federal”. contou o sacerdote.
O padre falou sobre o legado da devoção à santa de Calcutá, venerada no Brasil e no resto do mundo. ”Como era uma pessoa já conhecida, esperava-se logo a sua canonização. Quando o possível milagre foi estudado, imediatamente foi visto que as causas eram evidentes. 

    Corremos contra o tempo, providenciando para que nada faltasse ao processo completo. Um ano depois, a devoção cresce, com grupos de oração e a presença constante das Missionárias da Caridade”afirmou o religioso.
A Igreja Católica ainda é apontada como a mais maior e mais antiga instituição de caridade do mundo, e Madre Teresa de Calcutá personificou essa missão. Como ela era uma santa do submundo, o trabalho continha assim.

    Não há divulgação, pois ela não queria, mas o trabalho é feito de forma admirável.
A população ajuda
Para padre Caetano, os ensinamentos de Madre Teresa influenciam as novas gerações de fieis católicos. ”O exemplo de Madre Teresa nos aponta para o radicalismo do seguimento de Jesus. Ou vamos ou não vamos. Não podemos ser mornos aí. 

    É preciso uma decisão pessoal e rápida. ‘Os pobres têm pressa’, ela nos ensinava”, afirmou o líder católico.

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