Apenas um agente vigiava a unidade no dia do confronto entre presos.
A Cadeia Pública de Itapajé, onde 10 presos foram mortos nesta segunda-feira (29), possui detector de metal em funcionamento, segundo o delegado André Firmino, porém, o equipamento não é usado regularmente por causa da falta de pessoal.
Os 10 presos morreram – a maioria foi baleada – em uma briga entre facções rivais dentro da cadeia, que começou por volta das 8h (9h, horário de Brasília) na segunda. Segundo Firmino, membros do Primeiro Comando da Capital (PPC) foram assassinados pelos membros do grupo rival, o Comando Vermelho (CV). A polícia investiga como as armas entraram no local.
Firmino explica que o detector não é usado com frequência por falta de funcionários para manusear, já que a unidade conta com apenas um agente responsável por todas as atividades do local.
Alguns internos tidos como “de confiança” chegam a auxiliar algumas ações na cadeia, como trabalhos na cozinha e limpeza. “Só tem um agente pra cuidar de todos os presos e atividades do dia a dia, então havia essa promiscuidade”, disse o delegado. Para ele, uma rebelião entre os presos era previsível.
“A gente sabia que a qualquer momento podia acontecer. Um lugar que não tem cerca elétrica, não tem sistema de monitoramento…toda a situação propiciou muito para o que ocorreu. Essa é a realidade.”
Ainda conforme Firmino, a última revista de presos na unidade ocorreu após o Natal, em dezembro.
A cadeia voltou a funcionar normalmente nesta terça-feira (30), conforme a Secretaria da Justiça do Ceará (Sejus). A pasta informou que 44 homens foram transferidos para outras unidades prisionais e 26 presos estão na cadeia. Três estão em hospitais.
Via: G1 CE