No lançamento do Centro de Inteligência para combate ao crime organizado, que é o primeiro do Brasil e terá sede no Ceará, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, começou o discurso pedindo um minuto de silêncio pela morte da vereadora Marielle Franco (Psol), e por todas as outras pessoas que foram vítimas da violência.
O anúncio do lançamento do Centro de Inteligência ocorre após a 4ª chacina do ano no Ceará. O evento ocorreu na manhã desta quinta-feira, 15, no Palácio da Abolição. O governador Camilo Santana (PT) elogiou a iniciativa do Governo Federal, e destacou que “O Estado é maior e mais forte do que qualquer organização criminosa”.
No discurso, o ministro afirmou que nenhum destes “bárbaros crimes ficarão impune”, e que pode levar o tempo que for necessário, mas que o governo “não descansará” até prender todos os envolvidos. “Mais do que um anúncio, é um marco que nós acreditamos ser necessário se repetir em todo o País. O crime não vencerá”, finalizou.
Ao todo serão cinco Centros de Inteligência em todo o País, sendo o primeiro no Ceará. O investimento inicial foi de R$ 2 milhões. A proposta inicial é que as forças de segurança trabalhem de forma integrada com o novo equipamento. Raul Jungmann também criticou a segurança pública, afirmando que durante esses anos ela “pouco avançou”, enquanto o crime organizado “evoluiu”. “O crime se nacionalizou”, apontou.
“O sistema carcerário é o espaço de maior imposição da força do Estado, porque ali estão aqueles que cometeram delitos e têm restrições de liberdade. Mas é dominado pelas grandes gangues.
O lugar que deveria ser o de maior poder do estado está ao inverso, quem tem o poder são as gangues”, destaca o ministro. Jungmann finalizou afirmando que no Brasil “se prende muito, mas se prende mal”, porque se recrutam jovens para dentro dessas prisões, que “não têm capacidade de ressocialização” após cumprimento da pena, e jogam eles “nas mãos das organizações criminosas”.
Sobre a intervenção federal que foi estabelecida no Rio de Janeiro, o ministro comentou sobre a possibilidade de ocorrer uma no Ceará. Jungmann afirmou que Camilo “está no controle da situação”, mas “se ou quando precisar pode contar com o Governo Federal”.
Redação O POVO Online
Com informações da Repórter Heloísa Vasconcelos