Tidos como ineficazes contra a Covid-19, remédios propagados como “coringas” para combater a doença causada pelo novo coronavírus ganharam as farmacinhas caseiras do brasileiro e explodiram em vendas no primeiro ano da pandemia.
Medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina venderam muito além do normal no ano passado. Os dados foram consolidados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A alta, porém, começou há seis anos (veja lista abaixo).
A comercialização de cloroquina, por exemplo, subiu 47%. Passou de 1.553.878 embalagens vendidas em 2019, para 2.296.693, no ano passado.
No caso da azitromicina, o aumento foi de 105% no mesmo período: de 28.153.437 para 57.861.866 entre 2019 e o ano passado.
Apesar da arrancada causada pela pandemia, a alta na venda desses medicamentos é constante desde 2015. No caso da cloroquina, em cinco anos, houve crescimento de 130,7%, por exemplo.
Esse volume não leva em consideração os comprimidos produzidos pelo Exército. O Ministério da Defesa gastou ao menos R$ 1 milhão para fazer o remédio. A Anvisa ainda não tem os dados das vendas de 2021.
A cloroquina é comumente usada no tratamento da malária. A azitromicina é administrada na terapia de infecções causadas por bactérias, como faringite e amigdalite. Ambas as drogas não servem para combater a Covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).