Com a suspensão da compra da vacina Sputnik V por estados do Nordeste, anunciada na tarde desta quinta-feira, 5, o Ceará terá como foco a aquisição de doses da CoronaVac diretamente da farmacêutica Sinovac e do Instituto Butantan. Atualmente, o Governo do Ceará negocia três milhões de doses da vacina para acelerar a imunização no Estado. O POVO apurou que as tratativas com o Governo de São Paulo e com a empresa chinesa estão avançadas, aguardando formalização.
“Diante da lentidão do Governo Federal no fornecimento de vacinas para os estados, temos buscado todas as formas da aquisição direta junto aos laboratórios para acelerar a vacinação, principalmente com a ameaça da nova variante Delta. Seguimos firmes agora para a aquisição de mais três milhões de doses da CoronaVac para os cearenses, através de contrato direto com o Instituto Butantã”, afirmou o governador Camilo Santana (PT), em publicação nas redes sociais.
Um secretário do Governo do Ceará foi enviado à China em maio deste ano para tratar sobre a aquisição diretamente com a Sinovac. Pelo contrato com o Instituto Butantan, que representa a empresa no Brasil, a liberação das doses passou a depender de autorização do governo paulista. Em entrevista coletiva no dia 14 de julho, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), confirmou que irá atender à solicitação do governador do Ceará.
Além disso, Dória informou que também foi procurado por José Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo, para a aquisição de doses extras da CoronaVac.
“Daquilo que São Paulo não usar dessas 30 milhões (de doses), e tudo indica que teremos uma sobra de vacinas, nós vamos disponibilizar para os estados que nos solicitarem. Até o limite, evidentemente, daquilo que for possível atender. No caso específico do Ceará e do Espírito Santo, vamos atender”, afirmou.
O chefe do Executivo de São Paulo referia-se a 30 milhões adicionais da CoronaVac que o governo estadual adquiriu para vacinar a população.
Suspensão da compra da Sputnik V
Na mesma publicação nas redes sociais, Camilo Santana informou que a suspensão do contrato de compra da Sputnik V teria ocorrido devido a novas limitações impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A vacina estava sendo negociada por estados do Nordeste diretamente com Fundo Soberano Russo, responsável pelo imunizante.
“Isso ocorre devido a novas limitações impostas pela Anvisa, do Governo Federal, que desde o começo desse processo tem colocado sucessivas barreiras para a efetivação da importação e uso da vacina”, afirmou o governador.
O contrato previa a compra de 37 milhões de doses da vacina que seria distribuída entre os estados da região Nordeste. Delas, mais de 5,5 milhões de doses seriam para o Ceará.