As farmacêuticas Pfizer e Moderna aumentaram os preços de sua vacina contra a Covid-19 para a União Europeia, após sua adaptação às variantes do vírus – disse o secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Clément Beaune, confirmando uma notícia publicada pelo jornal Financial Times.
“Tem que olhar tudo isso com racionalidade, não se deixar enganar, obviamente, sem ter contratos mais exigentes, com produtos adaptados às variantes. Não apenas para a União Europeia, mas para todos os compradores será um pouco mais caro”, declarou Clément Beaun, em entrevista à Rádio France Internationale (RFI), sem especificar o montante do aumento.
Segundo o jornal financeiro britânico, que teve acesso ao contrato concluído com a UE, o preço da vacina da Pfizer aumentou de 15,50 euros (18,39 dólares) para 19,50 euros (23,14 dólares) a unidade, e a da Moderna, de 19 (22,50 dólares) para 21,50 euros (25,50 dólares).
“Eles estão fazendo adaptações para as variantes, como se pede nos contratos que estão sendo negociados. Também pedimos que a maior parte da produção, quase 300 componentes da vacina, seja produzida na Europa”, acrescentou Beaune.
Isso ocorre em pleno aumento de casos no Velho Continente por causa da variante Delta, contra a qual as vacinas das americanas Pfizer e Moderna devem ser eficazes para evitar formas graves da doença, conforme os primeiros estudos.
Bruxelas sempre se opôs a revelar o preço de seus pedidos do imunizante. Em dezembro, um ministro belga revelou no Twitter, apagando pouco depois, um relatório que indicava o preço prometido por cada unidade pela UE: 1,78 euro (2,11 dólares) para a vacina da AstraZeneca, e 18 dólares, para a da Moderna.
Em maio, a UE fechou um novo contrato com a Pfizer/BioNTech para comprar 1,8 bilhão de doses de sua vacina da covid-19 até 2023, mas não informou o preço.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou em julho que alcançou seu objetivo de contar com o número de doses suficiente para vacinar 70% dos europeus adultos (336 milhões de pessoas).
O programa de compra conjunta de vacinas dos países europeus totalizou 330 milhões de doses da vacina da Pfizer, 100 milhões da AstraZeneca, 50 milhões da Moderna e 20 milhões da Johnson & Johnson.
No final de julho, a Pfizer esperava vender vacinas contra a covid-19 por 33,5 bilhões de dólares (28,23 bilhões de euros) este ano, muito acima dos 26 bilhões (21,91 bilhões de euros) que a empresa havia previsto dois meses antes. Em maio, a Moderna previa vendas anuais de 19,5 bilhões de dólares (16,43 bilhões de euros).