PM precisou tirar a farda para limpar mancha de menstruação e recebeu voz de prisão por ficar à paisana. Em nota, Polícia Militar diz que, ao ser questionada sobre o fardamento e a saída do quartel, a tenente afirmou que iria almoçar
Uma tenente da Polícia Militar do Ceará (PM-CE) foi presa por abandono de posto, crime previsto no Código Penal Militar Brasileiro. Ela conta que liberou os policiais que estavam na viatura para almoçar, saiu do local onde estava como supervisora da área pelo Batalhão de Policiamento Turístico (BPTUR) também para almoçar no quartel e, nesse meio tempo, precisou lavar o fardamento sujo de sangue de menstruação. A oficial, que foi solta na manhã desta sexta, 29, após menos de 24 horas desde a prisão, diz ainda que enquanto o uniforme estava molhado, ela permaneceu à paisana e foi buscar uma quentinha.
Conforme O POVO apurou, um oficial, tenente-coronel, teria indagado a colega sobre o motivo de ela estar sem o fardamento obrigatório e teria chegado a segurar a porta do alojamento feminino. Ele a conduziu à Coordenadoria de Polícia Jurídica Militar, onde a tenente foi autuada por abandono de posto. A oficial alegou em depoimento que “estava naqueles dias de mulher” e que não tinha como permanecer com a calça suja de sangue.
O POVO entrou em contato com a defesa da policial, advogado Oswaldo Cardoso, que informou estar tomando as providências necessárias em relação ao caso.
PM nega lavagem de fardamento
Em nota, a Polícia Militar do Ceará (PMCE) confirmou que na tarde dessa quinta-feira, 28, um oficial superior apresentou à Coordenadoria de Polícia Judiciária Militar (CPJM) uma policial militar pelo crime de abandono de posto de serviço, previsto no artigo 195 do Código Penal Militar.
Segundo o oficial, a policial foi flagrada saindo do quartel, sem uniforme e sem autorização superior, no horário em que deveria estar de serviço. “Ao ser questionada sobre o fato, ela teria afirmado que iria almoçar. Não procede informação de que a mesma estaria lavando o fardamento, na ocasião. A corporação ressalta que o policial militar, quando de serviço, tem que passar todo o turno de trabalho uniformizado e se tiver um caso fortuito, deve informar de imediato ao seu superior hierárquico, o que não teria sido feito pela policial militar no referido caso. O caso está sendo apurado pela unidade judiciária”, completa a nota.