Após dois anos sem o evento devido à pandemia, a Motorromaria de Canindé voltou a ser realizada neste domingo (18) e reuniu cerca de 30 mil pessoas, segundo os organizadores. Os participantes se reuniram, às 8h, na Avenida Mister Hull, em Fortaleza, de onde saíram em direção à cidade de Canindé, a 118 km da capital, percurso com duração de cerca de duas horas.
No município, símbolo da fé em São Francisco, os fiéis são recepcionados por um pároco para receber bênçãos nas motocicletas e capacetes.
Edson Maia, organizador do evento, teve a iniciativa de promover a 1ª edição do evento como uma promessa a São Francisco e desde então o engenheiro mecânico organiza a peregrinação religiosa.
“A moto romaria surgiu depois de um acidente de moto que sofri em 1984. Eu prometi a São Francisco que se eu ficasse sem sequelas iria todo ano de moto a Canindé como de fato estou indo, destaca. Para garantir a segurança no trajeto, equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) fazem o acompanhamento dos romeiros.
Maia comemorou a adesão dos fiéis na participação do evento depois de dois anos de pandemia e afirmou que o evento não tem espaço para manifestações políticas.
“Depois de dois anos está sendo muito boa, não é um evento político, é um evento de devoção pela fé. Eu fui a Canindé na pandemia porque eu não podia deixar de pagar minha promessa. A nossa expectativa é de 30 mil motos.
O empresário Maia Filho, organizador do evento, diz que desde quando nasceu já era levado para a motorromaria pelos pais, tornando o evento ainda mais marcante.
“Eu praticamente nasci já dentro da motorromaria, eu tenho 25 anos, ela tem 36. Meu pai sempre organizou desde pequeno convivo com isso e já é um fato marcante pra gente. É uma emoção sempre estar aqui. É uma coisa que não é só mais nossa, começou com uma promessa dele e agora faz parte da vida de várias pessoas”, comentou
Parto na motorromaria
O organizador do evento revelou um fato inusitado ocorrido há 22 anos na motorromaria. Segundo ele, uma mulher sentiu dores de parto no início do trajeto de Fortaleza para Canindé e teve que ser levada ao hospital.
“Há 22 anos uma mulher entrou em trabalho de parto durante o deslocamento e teve que ir às pressas para o hospital, nós corremos para fazer o socorro e o menino nasceu e ganhou o nome de Francisco”, relembra.
Mesmo quem não pode ir até Canindé, não deixa de acompanhar a passagem dos fiéis. É o caso da dona de casa Maria Rodrigues que todos os anos vai para a margem da rodovia BR-222 acenar para os motociclistas.
“Eu acho lindo, todos que passam aqui eu desejo uma feliz viagem, a gente não vai mas fica torcendo por eles, eu só saio da beira da estrada quando passa a última moto”, diz.
Segurança
A polícia destaca algumas dicas para os participantes do evento irem e retornarem em segurança:
– use os itens de segurança corretamente, como o capacete com viseira baixa e amarrado sob o queixo, além de calçados fixos nos pés (não é permitido usar chinelo);
– tenha atenção redobrada ao seu espaço e o dos outros motociclistas ao redor;
– para evitar acidentes, mantenha sempre os retrovisores na posição correta e a viseira limpa;
– hidrate-se adequadamente. Se estiver sozinho ou acompanhado, planeje uma pausa para tomar água. A desidratação pode causar tontura e desorientação;
– para chegar em segurança, lembre-se de fazer uma revisão na motocicleta antes de viajar. Verifique o estado dos pneus, do kit de corrente, do óleo de motor e dos fluidos de freio;
– no caso de qualquer emergência com você ou com algum romeiro, procure um dos policiais rodoviários federais ou a organização do evento.
