• 22 de November de 2024

Aos 20 anos de idade, a moça de nome preservado, filha da mulher esfaqueada em um posto de gasolina no último fim de semana, relatou que vive um pesadelo. Fabbills Felipe de Almeida, 37, havia saído do trabalho no sábado, 4, e foi até um posto de combustível na avenida Osório de Paiva, no Siqueira, em Fortaleza. Foi quando, em meio a uma discussão banal, ela foi vítima de uma facada no peito, na região do tórax. Fabbills era uma vendedora querida, mãe dedicada e uma pessoa calma.

“A minha mãe sempre foi uma pessoa muito calma. A pessoa mais paciente que conheci em toda a minha vida. A coisa mais rara do mundo era ela gritar. Era uma pessoa muito amada pelos familiares. Difícil alguém que não gostava da minha mãe. Ela ajudava todo mundo que precisava, perdi as contas de quantas vezes ela deixou de comer para ajudar e quantas cestas básicas ela doou. Esse tipo de coisa, na maioria das vezes, acontece com pessoas boas “, lamenta a filha.
“Me criou sozinha, sempre foi batalhadora, cada coisa que minha mãe comprou foi fruto do trabalho dela. Ela tirou a CNH e tinha planos de comprar o carrinho dela. Ela me teve muito nova, aos 17 anos. Ela tem três irmãos, todos estão sentindo muita dor”, comenta.

No dia do crime, Fabills foi encaminhada ao Frotinha da Parangaba e em seguida levada ao Instituto Doutor José Forta (IJF), onde recebeu a visita da filha e da mãe no domingo, 5. Na segunda-feira, 6, ela morreu. “Parece que foi só para se despedir”, relata.

A filha recebeu a notícia, mas diz que ainda não acredita. “Por muito tempo foi só eu e ela”, comenta. A mãe, acostumada a ir trabalhar ainda na madrugada, por volta das 4 horas, deixava a menina com a avó. “O conselho que ela sempre me dava era que eu estudasse, ela fez de tudo. Hoje sou técnica de enfermagem. O sonho dela era que eu fosse doutora”, comentou.A jovem descreve a mãe como uma pessoa que cuidou de todo mundo e que era protetora. O velório e o sepultamento ocorreram na segunda-feira. “Minha mãe era alegre, sorridente, chegava em casa com os presentes. Ela falava dos clientes como se fossem amigos. Amava o trabalho dela. Amava trabalhar. Uma mulher extremamente educada, elegante. No vídeo (do crime) ela estava linda”, disse aos prantos.

A filha explica que recebeu o vídeo da própria mãe sendo esfaqueada por meio das redes sociais e que soube que as imagens haviam “viralizado” na Internet dentro de um carro de aplicativo, a caminho da casa da avó. A família toda estava dentro do veículo comentando sobre o caso quando o motorista afirmou que havia recebido as imagens.

“Sempre fui muito carinhosa. Um dia desses ela ia sair de casa e falei: Eu te amo, eu te amo muito. Ela disse: eu te amo, menina! Mas eu não vou morrer. Eu volto “, finaliza.
Preso possuía antecedente por latrocínio em São Paulo

De acordo com o delegado Anchieta Fernandes, o caso começou a ser investigado pela Polícia Civil na segunda-feira, 6, como uma tentativa de homicídio. A vítima não tinha falecido, estava no hospital, mas corria o risco de morte.

“Chegou a informação da desavença que havia acontecido no posto de combustível e ela foi esfaqueada no tórax, na altura do pescoço. A filha procurou o 5º DP, registrou Boletim de Ocorrência e foi instaurado o inquérito policial. Os inspetores diligenciaram ao local para colher imagens e levantar nomes de testemunhas. Na segunda-feira, 5, a principal testemunha que a socorreu apareceu no vídeo e, nesse mesmo dia, com a qualificação do sujeito, eu representei pela prisão. Ele estava foragido”, disse o delegado.

Em interrogatório, o suspeito, identificado como Eberson de Oliveira, 51, disse que passou a madrugada de sábado para domingo em uma mata e depois fugiu para Santa Quitéria, no interior do Ceará. “Tentamos contato com familiares dele, com advogado, e tentamos convencê-lo a se apresentar. Informamos que o mais interessante para ele era que se apresentasse”, detalhou o delegado.

Ainda durante o interrogatório, Eberson disse que possuía condenação por latrocínio em 1999, sentenciado a 20 anos, e que havia cumprido essa pena. Agora, ele responde por homicídio qualificado e por motivo fútil, que impossibilitou a defesa da vítima. Ele trabalhava como garçom.
A ação dele contra a vendedora foi filmada e as imagens estão com a Polícia Civil. Ele é mineiro, mas morou em São Paulo e estava vivendo no Ceará há seis anos.

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