Diante de um cenário em que rusgas políticas tomaram caráter pessoal e vice-versa, a deputada estadual Lia Gomes (PDT), irmã de Ciro e Cid, tem buscado não misturar esses dois campos. Foi o que relatou ao Diário do Nordeste nesta quinta-feira (3), na Live PontoPoder.
Ela afirmou que tem conversado com os dois normalmente, apesar de o momento ser “difícil” na família e de ser impossível separar a “Lia irmã” da “Lia deputada”.
“Não abro mão disso, de manter o diálogo. Embora eu siga politicamente a linha que o Cid defende, que é participar da base do governo, não rompi com o Ciro, não pretendo, a gente conversa e tudo”, disse.
“Eu tenho que confessar, é uma coisa nova, a gente sempre foi muito unido em torno da política, a gente tava sempre junto, um ajudou o outro, cada campanha deles eu tava por trás, aí para mim é uma situação nova. Dá até para dizer aquela piada ‘justo na minha hora teve que acontecer isso'”, brinca.
CRISE ENTRE CID E CIRO
O racha entre irmãos tem origem nas eleições do ano passado, quando Cid e Ciro defenderam nomes e alianças diferentes para o pleito. PDT e PT seguiram rumos distintos, ditando o clima político dos últimos meses e aprofundando as diferenças entre os dois nomes mais influentes do clã Ferreira Gomes.
Ciro, inclusive, chegou a dizer o seguinte em entrevista ao Diário do Nordeste: “Esta faca ainda está ardendo muito nas minhas costas, portanto se você me permitir eu não desejo fazer nenhum comentário sobre este assunto, porque a faca ainda arde. Eu acho que eu vou morrer com essa dor nas minhas costas”.
Pouco mais de uma semana depois dessa declaração, Cid rejeitou uma possível deslealdade. “Não foi traição. Traição é algo que você faz e não avisa. Eu avisei que não me manifestaria sobre a eleição estadual. Agora Ciro fica aí falando de facada”, afirmou.