Flávia Maria Lopes de Sena Vasconcelos, de 49 anos, foi encontrada morta no dia 25 de outubro, em Varjota, no Ceará. Prestes a completar um mês desde o caso, o inquérito que investiga a morte foi concluído e o companheiro da vítima, Rafael Machado Ramos Vasconcelos, foi indiciado por feminicídio. Flávia teria sido sedada e levada pelo próprio marido ao local do crime, onde foi esfaqueada.
O inquérito do delegado titular de Varjota, Afonso Timbó, aponta que Rafael premeditou o crime. A Perícia constatou que semanas antes da morte da professora ele fez pesquisas na internet sobre uma substância sedativa, a mesma encontrada no corpo da vítima após exames periciais.
As divergências pontuadas no material investigativo da Polícia Civil mostram que Rafael relatou em depoimento não ter saído de casa, no entanto, imagens de câmeras mostram ele saindo no veículo em direção à localidade onde Flávia foi encontrada morta. Na volta, o homem ainda lavou o carro, o que para a Polícia aponta como tentativa de esconder provas do crime.
Conforme o delegado, após o suposto desaparecimento da esposa, Rafael não procurou por familiares da vítima, mas usou as redes sociais para relatar o sumiço. As informações que ele forneceu à Polícia sobre a rotina de Flávia não coincidiam com as informações repassadas por testemunhas, tendo em vista que Flávia não caminhava sozinha e nem na direção apontada por ele. Os relatos dão conta de que ela preferia fazer passeios de bicicleta. Além disso, a vítima costumava levar o aparelho celular e sempre registrava os passeios. Neste dia, o aparelho foi deixado em casa.
As pesquisas de Rafael, dias antes caso, se estenderam sobre desaparecimento de pessoas e substância sedativa. As investigações mostraram que e ele pesquisou ainda sobre material pornográfico envolvendo a esposa, sobre retirada de próstata e situação de impotência após a cirurgia. Além disso, as pesquisas também envolvem dúvidas sobre pensão por morte.
No dia do desaparecimento de Flávia, a Polícia identificou mensagens entre o casal, todas por áudio. No dia à tarde, horário que a professora estava em casa, as mensagens foram por escrito. A situação, segundo o delegado, denuncia ter sido forjada, pois os dois não teriam necessidade de conversar pelo WhatsApp, sendo ambos estavam juntos.
Testemunhas relataram que o filho do casal foi avisado, pelo pai, no dia do crime, que a mãe estava no quarto deitada e que não a incomodasse. Os indícios levaram a Polícia Civil a uma dinâmica de que Flávia foi sedada em casa, levada no carro pelo próprio marido para o local ermo, esfaqueada e teve o corpo abandonado no mesmo local.
Em depoimento à Polícia, Rafael afirmou que a aliança de Flávia havia sido subtraída após o desaparecimento, no entanto, quando foi cumprido o mandado de busca e apreensão na residência, uma aliança que seria da professora foi encontrada na casa.
Equanto estava preso em razão do mandado de prisão temporária, a Polícia, com novas provas, pediu à Justiça a prisão preventiva, que foi expedida pela Justiça. O homem segue detido.
Rafael foi, por diversos anos, secretário municipal e teve cargos políticos na área do esporte e da administração pública, mas com as mudanças de gestão, ele estava desempregado. Naquele momento, Flávia era a principal provedora do lar. As questões relacionadas à impotência sexual também não são descartadas como possível motivação.
O caso
A prisão de Rafael ocorreu no dia 28 de outubro. No mesmo dia, mulheres da região se reuniram para pedir por Justiça. No dia do suposto desaparecimento, o marido de Flávia usou as redes sociais se mostrando preocupado com o sumiço e relatou que ela havia ido caminhar, mas não retornou. No dia seguinte a professora foi encotrada morta com sinais de violência. O marido passou a ser o principal suspeito do crime. Flávia deixa dois filhos, um de 14 anos e um de 22