• 10 de April de 2025

Crise diplomática dos deportados entre Brasil e Estados Unidos vira dor de cabeça para o Ceará.

A crise procedente da imigração entre Brasil e Estados Unidos ganhou contornos diplomáticos e práticos que recaem diretamente sobre o Ceará. Com a intensificação das deportações em massa sob o governo de Donald Trump, o Aeroporto Internacional de Fortaleza se tornou, sem planejamento prévio, a porta de entrada dos brasileiros devolvidos ao país, o que é bastante preocupante.

A mudança ocorreu após a polêmica cena do primeiro voo com deportados, que pousou em Manaus no fim de janeiro, quando imagens de brasileiros algemados e acorrentados nos pés repercutiram negativamente em todo o País. A prática, criticada por especialistas como uma violação da dignidade humana, levou o governo brasileiro a um ajuste estratégico: direcionar os voos para Fortaleza, ponto mais próximo dos EUA no território nacional, o que minimizaria o tempo de sobrevoo de cidadãos brasileiros nessa condição.

A decisão, no entanto, não foi negociada com o governo cearense, conforme apurou esta coluna nos bastidores. O Estado foi informado oficialmente apenas na última segunda-feira (3), com menos de uma semana para a chegada do primeiro voo. A falta de tempo hábil para estruturar um plano de recepção gerou a primeira dor de cabeça para as autoridades locais.

O Estado do Ceará deve disponibilizar apoio psicológico e assistência social, mas não oferecerá passagens nem hospedagem. Esse modelo de recepção pode funcionar para um voo isolado, mas se a frequência aumentar, como tudo indica, será inevitável a criação de uma estrutura fixa para lidar com a situação ou uma cobrança mais incisiva ao governo federal para assumir a responsabilidade.
Via: Diário do Nordeste

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