Avaliadoras do movimento negro ouvidas pela Agência Brasil afirmam que, apesar de avanços como políticas afirmativas e regularização de territórios quilombolas, a igualdade racial segue longe de ser realidade no país. Ativistas apontam que o recrudescimento da violência racial, ataques diretos a práticas culturais afro-brasileiras e movimentos que negam a existência do racismo dificultam o progresso. Para elas, mesmo com retomada de políticas federais de igualdade racial, o Brasil ainda enfrenta forte resistência institucional e social.
As ativistas ressaltam que políticas de cotas, conquistas constitucionais e fortalecimento de iniciativas governamentais representam avanços importantes, mas insuficientes para alterar o quadro estrutural de desigualdade. Questões como violência policial, falta de oportunidades de trabalho, dificuldades de permanência universitária e baixa representatividade política seguem atingindo de forma desproporcional a população negra, especialmente mulheres negras. Para muitas lideranças, esses indicadores evidenciam que, embora haja maior valorização da identidade negra entre jovens e crianças, o país ainda está distante de garantir equidade real.
Dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania mostram que, entre janeiro e 16 de novembro de 2025, o Disque 100 recebeu 13.813 denúncias de racismo, injúria racial e violência étnico-racial, totalizando 26.901 violações. Os números reforçam que a violência racial permanece elevada, com mulheres representando mais de 51% das vítimas. Para o movimento negro, enfrentar essa realidade exige continuidade de políticas públicas, fortalecimento institucional e reconhecimento amplo das desigualdades ainda existentes.
Com informações da Agência Brasil
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