“Tive uma infância muito pobre […] Só depois que me firmei como comerciante fui em busca de realizar meu sonho”, revela Seu Manoel Filinto, proprietário da coleção. Fotos: Maristela Gláucia
No centro de Frecheirinha, seu Manoel Filinto, 88, possui um patrimônio de encher os olhos de qualquer criança: mais de 12 mil brinquedos, entre bonecas, bichos de pelúcia, carrinhos, miniaturas, e até bonecos de personagens famosos da década de 80, além de muitos outros itens.
O comerciante, casado há 68 anos e pai de oito filhos, é apaixonado pelos objetivos infantis. Encantado pelas peças mais simples, ele estima ter começado a coleção há mais de 40 anos.
“Tive uma infância muito pobre, nunca tive brinquedos. Casei, tive filhos, mas os brinquedos ficaram grudados na minha mente e no meu coração. Só depois que me firmei como comerciante, comecei a ganhar um dinheirinho, e fui em busca de realizar meu sonho. Adquiri as primeiras peças e não parei mais”, rememora o comerciante.
Seu Manoel construiu um sobrado para abrigar os brinquedos, que geralmente compra em Fortaleza. — mas também conta com doações da família. Os objetos estão dispostos em prateleiras improvisadas, tudo acomodado por ele mesmo, que se dedica cerca de seis horas por dia para “brincar ” com as peças.
Ele organiza, limpa, não deixa os eletrônicos ficar sem pilhas e ainda arruma as bonecas de forma bem estilosa. “Eu cuido de tudo com muito amor e me divirto muito fazendo isso”. relata o colecionador.
Sobre o brinquedo preferido, ele diz que todos são especiais, mas lembra com carinho da primeira peça que adquiriu: uma boneca que hoje é intitulada a “rainha do acervo”.
MUSEU DE BRINQUEDOS
O local praticamente não tem mais espaço para receber novas peças, mas Seu Manoel já comprou mais dois mil itens que está aguardando chegar. “Eu não resisto, fiquei louco quando vi essas peças, logo providenciei a compra”, revela.
Os olhos de Seu Manoel, que brilham quando ele está com os brinquedos, projetam um sonho para o futuro: concluir a construção do prédio e transformar o espaço em um museu, aberto ao público.
“Isso aqui ficou pequeno. Preciso ampliar para ter mais espaço para o povo andar. Quero que as pessoas tenham acesso a todas essas peças e conheçam minha história, o amor que tenho pelos brinquedos”, completa o comerciante.
Fonte: Diário do Nordeste