• 30 de November de 2024

Escolas do Ceará, entre públicas e privadas, foram as mais premiadas na 10ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), com 25 medalhistas no total. Após seis fases, a final ocorreu nesse fim de semana. Os alunos finalistas fizeram uma prova dissertativa no sábado, 18, e o anúncio dos medalhistas ocorreu domingo, 19, no ginásio da Universidade de Campinas (Unicamp), em uma cerimônia que teve a presença de autoridades, familiares, historiadores, além de um show de rock. As equipes são compostas por três alunos do Ensino Médio ou do 8º e 9º anos do Fundamental, além de um professor de História.

O Ceará foi seguido de Pernambuco (15), Rio Grande do Norte (13), São Paulo (10), e Bahia (4). No total, a etapa final da competição teve 1,2 mil estudantes distribuídos em 311 equipes. Neste ano, a ONHB teve a participação de 57,5 mil inscritos de todos os estados. Dos 118 finalistas cearenses, foram distruibuídas cinco medalhas de ouro, nove de prata e 11 de bronze. As outras equipes receberam medalhas de cristal. 

Cristina Meneguello, coordenadora da ONHB, ressalta que o desempenho dos estados do Nordeste servem de exemplo para outros do País. “A participação do Ceará é uma realização desde a primeira edição da olimpíada. Todos os anos tiveram participação expressiva e uma grande número de medalhistas”, declarou ao O POVO Online. 

Participante da equipe Fogo na Babilônia, Talita Dantas, 17 anos, foi medalha de ouro. Ela, que participou da última edição da olimpíada, Pedro Virgílio e Markus Filipe integram um dos grupos representantes da escola Colégio Nossa Senhora das Graças. Para a estudante, o ensino do Ceará, apesar das conquistas, ainda há muito o que melhorar. “Existem escolas públicas de qualidade, mas isso não é o suficiente. Muitos jovens acabam sendo aliciados para o crime, por falta de estímulo e de uma visão otimista do futuro, coisas na qual a escola pode proporcionar com excelência”, pontuou.

Ainda existe muita intolerância religiosa, submissão da mulher, racismo e homofobia. Porém, espero que no futuro, as coisas possam ser diferentes

Talita DantasEstudante do Colégio Nossa Senhora das Graças, medalhista de ouro da 10ª OHNB

“Acredito que no futuro, quando estivermos estudando os dias de hoje , talvez vejamos que algumas coisas não mudaram muito em relação aos séculos passados. Ainda existe muita intolerância religiosa, submissão da mulher, racismo e homofobia. Porém, espero que no futuro as coisas possam ser diferentes. Que quando estivermos aprendendo sobre os dias de hoje, apenas vejamos um período da nossa história em que não conseguimos superar os nossos erros, contudo não o fazemos mais”, afirmou Talita. 

Premiada, a estudante credita a vitória ao professor da escola, José Cléber. “Ele me fez gostar de história e  me ajudou a construir o meu modo de pensar, não impondo, mas mostrando várias vertentes que poderíamos seguir”. O reconhecimento aos educadores também é citado pela estudante Bianca Elen, 17, da escola Professora Telina Barbosa da Costa, localizada na Messejana. A aluna, pela primeira vez disputando a olímpiada, desacreditava chegar tão longe, mas o apoio dos professores Felipe Barreira e Rômulo Vinícius lhe abriu os olhos sobe a importância da competição. Bianca, Maria Nilza e Samuel Temoteo compunham a equipe Café com Tapioca e foram medalhistas de prata.

Rômulo entende que a vitória expõe o poder da escola pública. “Quando professores e estudantes se unem, não só da mesma escola, eles colhem os frutos. A questão não é quem vai estar com equipe na final, não é uma disputa, não é isso. O maior mérito de todos não é nem da gente, é dos estudantes que acreditaram em si, estudaram, pesquisam e fizam o trabalho em si”, declarou. Rômulo é professor de História da EEMTI Professora Tecla Ferreira e EEMTI Iracema, mas ajudou as equipes e o professor Felipe Barreira na EEMTI Professora Telina Barbosa.

O Povo 

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