Ana Soraia ao lado da mãe Solange Galdino – Foto: Arquivo Pessoal
Aproveito da data em curso para falar como mulher, fatos que ocorreram em setembro de 2017 no julgamento do assassino de minha filha, Ana Soraia.
Podem me perguntar: Por que só agora? Lhes respondo: Porque tudo é no seu tempo. Eu sinto que devo uma explicação aos nossos amigos santanenses que continuam diariamente me perguntando: Dona Solange, o que aconteceu que o assassino de Ana Soraia está solto? Vou-lhes contar.
O julgamento foi uma negação. Não sei como o O Meretíssimo Juíz aceitou uma baixaria daquela. Se eu fosse Juíz, promotor, o advogado de defesa teria que ganhar a causa por méritos e não com palavras de acusação de baixo calão que não se fala, nem nos locais mais promíscuos que se conhece.
Percebi que o julgamento já começou diferente, não se ouviu testemunhas de ambas as partes, sabem por quê? Porque das várias testemunhas ouvidas pela delegada que cuidou do caso de Ana Soraia só uma a acusou. Lá era a palavra do advogado de defesa contra a de quem? Da minha filha que não podia mais se defender: Pois estava morta.
Sabe como foi a entrada do ilustríssimo advogado de defesa? Mais ou menos assim: Na Bíblia diz: Não julgueis para que não sereis julgados; mas na bíblia dele não tem o quinto mandamento da Lei de Deus que se lê: “NÃO MATARÁS”.
Daí começou o julgamento, do assassino não, da minha filha. Síntese: Me filha morreu por culpa própria. O assassino era um rapaz bom, bom esposo, bom pai de família, trabalhador, honesto, tão bom, tão Santo, tudo de bom e minha filha o traiu. Veja agora a prova cabal: “Uma fala que ninguém sabe nem de quem é, O advogado só repetia, não apareceu outro fato novo. Se aquelas palavras pornôs fossem de minha filha ele teria apresentado na fala dela e não na fala dele. Teria dito: Escutem platéia e vejam como é verdade e teria repetido a fala da minha filha através de áudios visuais, mas não, era só a fala dele. Mas como ele faria isso, se foram palavras criadas com a finalidade de induzir os santos inocentes jurados a acreditarem?
Sabem quem deveria em julgamento ser o advogado de defesa da filha? A MÃE, esta sim, conhece sua filha, sabe do que um filho é capaz, pois ela conhece todos os seus poros e não um advogado que cai de paraquedas.
Resumo: O moço bom está livre, leve e solto. Entrando e saindo sem se dar conta da gravidade do que fez. E agora, vai ao “Terço dos Homens”, sobe no altar, como se tivesse moral para dar. Qualquer dia quando eu chegar na Igreja, o celebrante é ele. Mas no Brasil é assim, “nem toda lei se cumpre, nem toda verdade se diz”.
Ah! Me lembrei, no Brasil não tem lei.
Texto escrito pela professora Solange Galdino, mãe de Ana Soraia no dia Internacional da Mulher