• 26 de November de 2024

O ex-governador Cid Gomes (PDT) admite possibilidade de aliança com o adversário Eunício Oliveira (PMDB), presidente do Senado, nas eleições de 2018. Segundo ele, tudo dependerá da “decisão” do governador Camilo Santana (PT). “Quem decide é ele (Camilo), e o que ele decidir estou para ajudar. Eu não sou de ficar criando dificuldades”, disse em encontro regional do PDT em Ipueiras no último sábado, 16.

O grupo dos Ferreira Gomes já esteve no mesmo palanque de Eunício, mas rompeu em 2014, às vésperas da eleição para o Governo do Estado. De lá para cá, trocas de ataques foram frequentes, sobretudo entre o senador e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

Cid Gomes discursa durante encontro do PDT em Ipueiras
Cid Gomes discursa durante encontro do PDT em Ipueiras
Durante este tempo, também foram sucessivas as críticas de Eunício ao governo de Camilo. Já em 2017, o peemedebista se colocou como candidato de oposição ao cargo em 2018 várias vezes, em encontros do partido. No último mês, porém, evitou falar sobre o assunto e não negou negociações com os ex-aliados, afirmando que só falará de eleições no próximo ano. Camilo adotou mesma postura, afirmando que agora é tempo de “governar o Ceará”.

No discurso, Cid minimizou críticas à possível reconciliação. “Apoio a gente sabe que a gente tem que receber de todo o mundo, isso não quer dizer que a gente vai se comprometer ou sair daquilo que é a nossa linha, nosso projeto, nosso pensamento. Mas se uma pessoa quer apoiar a gente, por que faz sentido você recusar apoio?”, disse.

“Não vou dizer que sim nem que não, mas se tiver que acontecer, eu acho que essa coisa tem que ser conversada e tem que ser construída. Como é que um dia desses aí a gente estava falando uma coisa e no dia seguinte a gente muda completamente de opinião? Eu acho que não pode ser assim, tem que haver aí um processo de compartilhamento de informações”, continuou.

André contra aliança

No mesmo evento, o presidente estadual do PDT, deputado federal André Figueiredo, rechaça a aliança com o senador Eunício Oliveira. Em discurso, ele diz que o PDT poderá se coligar com o DEM, na figura do vice-prefeito de Fortaleza Moroni Torgan, “mas coligar com o Eunício, meu Deus do céu!”. Resistência de André se deve também à disputa ao Senado, porque seu nome foi indicado pelo partido para concorrer a uma das vagas.

Comparando a aliança com um caminhão, André Figueiredo disse que “na carroceria de um caminhão cabe todo mundo, mas na boleia só vai quem a gente confia”. E continuou a metáfora: “Teve gente que já estava na boleia desse caminhão junto com o Cid e na primeira oportunidade quis tirar o nosso pessoal dessa boleia e tomar o comando do nosso caminhão. (…) Se for dar carona a um mau elemento, o mau elemento vai querer roubar o seu caminhão e vai jogar todo o seu pessoal do lado de fora”.

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