O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou nesta segunda-feira (20) o médico Cícero Valdizébio Pereira Agra por crime sexual mediante fraude. Os crimes aconteceram em seu consultório em Juazeiro do Norte, a 491 km de Fortaleza.
De acordo com a Polícia Civil, o médico acupunturista é suspeito de cometer crime de violência sexual mediante fraude, quando a pessoa utiliza da sua posição no caso dele de médico para ter a prática libidinosa que não corresponde com à profissão.
No início do mês, duas pacientes contaram sobre abusos sofridos no consultório do médico. Após o caso ganhar repercussão, outras duas pacientes também registraram boletim de ocorrência. Os boletins de ocorrência foram registrados na Delegacia da Mulher de Juazeiro do Norte. Uma delas também denunciou o caso no Conselho Regional de Medicina.
Sobre o caso, o médico em depoimento à polícia de acordo com o advogado afirmou que as denúncias são falsas.
‘Língua no ouvido e boca no seio’
Em entrevista à TV Verdes Mares, no início do mês de dezembro, uma das jovens, a estudante Mariana Cavalcante, de 22 anos, disse que o médico pôs a língua no ouvido dela e tocou a boca no seu seio.
“Do nada ele colocou a língua no meu ouvido e me virou. Depois colocou a boca no peito. Aí eu só tive o instinto de empurrar e não sabia o que fazer. Fiquei em choque e saiu da sala como se nada estivesse acontecido.”
Já a professora Meryslande Moreira, 40 anos, relata que o médico a tocou próximo os seus seios e certa vez chegou até dar uma tapinha nas suas nádegas em uma das sessões.
“Ele fazia uma massagem que voltava muito aqui na parte laterais das mamas. Fazia massagem nas costas, vinha para o pescoço e depois vinha muito para as laterais das mamas. Invadindo bastante. Depois dele aplicar as ventosas ele deu um tapa no meu bumbum e saiu da sala. A atendente dele ficava me ligando me mandando mensagens e perguntando se eu ia para o atendimento. E no determinado dia eu disse que não ia mais.”
Ainda segundo a professora, a própria atendente do consultório médico confirmou o crime. “Poxa que pena você não foi a única. Muitas pacientes relatam esse mesmo acontecimento e infelizmente acabam não indo mais para os atendimentos e infelizmente não denunciam”.
A Delegacia da Mulher de Juazeiro do Norte espera ouvir depoimentos de outras mulheres.