• 24 de November de 2024

A pandemia de Covid-19 trouxe um fator de risco extra para as gestantes, que precisam tomar cuidados especiais. Ainda que a chance de contaminação seja a mesma da mulher não-grávida, a gestante apresenta maior probabilidade de complicações e, por isso, necessita de assistência intensiva. Os desfechos vão desde parto prematuro até morte fetal e/ou materna. As informações são da Assessoria de Imprensa do HRN.

“A gestação, mesmo que de risco habitual, traz mudanças no funcionamento dos sistemas respiratório, cardiovascular, sanguíneo e, por este motivo, a gestante responde diferente a determinadas doenças, principalmente a infecções”, explica Eveline Valeriano Moura Linhares, coordenadora médica da Obstetrícia do Hospital Regional Norte (HRN), do Governo do Ceará e administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).

O seguimento pré-natal continua imprescindível mesmo diante da Covid-19, bem como o distanciamento social e as medidas de higiene. Em maio, entrou em vigor a lei 14.151/21, que determina o afastamento de empregadas gestantes das atividades de trabalho presenciais durante o período pandêmico.

“Como é dito desde o início da pandemia, é necessário distanciamento social, que vai muito além de trabalhar em home office, como já é direito conforme a lei. A gestante precisa evitar se expor em ambientes aglomerados, não ter contato com pessoas além dos familiares mais próximos, usar máscara e manter higiene das mãos frequentemente, além de se vacinar o quanto antes”, indica a médica.

Atenção aos sinais de gravidade

A paciente deve estar atenta aos sinais de gravidade da doença para buscar um serviço de referência: tosse e febre persistente e diária, além da piora progressiva de outro sintoma relacionado à Covid-19, como adinamia (fraqueza muscular), hipotermia (diminuição excessiva da temperatura corporal), prostração ou diarreia. A presença de fator de risco e saturação de oxigênio abaixo de 95% também são indicativos para a busca da atenção hospitalar.

Durante a segunda onda, as gestantes com idades mais jovens têm chegado mais graves ao atendimento. “Vimos piora mais tardia após o décimo dia de sintomas. Mesmo sem fator de complicação ou falha de assistência, a progressão de tempestade inflamatória pode acontecer entre o 14º e 15º dia”, explica o coordenador médico da Unidade de Terapia (UTI) Adulto do HRN, Vicente Lopes.

A agricultora Antonia Aila Santos Sousa, de 22 anos, viveu a experiência da Covid-19 na gestação do seu terceiro filho, Lucas Miguel. Com 37 semanas de gestação, ela acredita ter se infectado quando participou de uma festa na qual havia muitas pessoas. Aila teve tosse, febre, perda de olfato e cansaço.

Ao ser diagnosticada em sua cidade de origem, Santa Quitéria, a 86 km de Sobral, foi transferida para o HRN no dia 31 de maio, quando precisou passar por uma cesária de urgência. “Senti medo porque a Covid é uma doença que mata. É preciso bastante cuidado porque não é brincadeira. Se eu não tivesse tido Covid, meu filho teria nascido só em julho”, diz.

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