• 19 de May de 2024

O volume de chuvas no Ceará em fevereiro já atingiu o índice esperado para o mês inteiro. A média histórica para o mês é de 121,3 milímetros, mas o acumulado até o momento já chegou a 155,6 mm, um desvio positivo de 28,3%. Embora esses dados ainda possam ser atualizados à medida que mais precipitações ocorram, o mês já tem um volume considerável. E ao que esse cenário pode ser atribuído? Há algum fenômeno diferenciado influenciado a formação de chuvas do mês de fevereiro no Ceará?

Segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Morgana Almeida, um conjunto de fatores ocorreram e seguem em curso, gerando um padrão favorável à ocorrências de chuvas no Nordeste do Brasil.

O primeiro ponto, segundo ela, é que nos últimos dias, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), um dos principais sistemas meteorológicos indutores de chuva em parte das regiões Norte e Nordeste, está mais ativa e atuando sobre o norte da região Nordeste. Esse já é um elemento que favorece o cenário mais chuvoso.

Além disso, ela menciona que a formação de áreas de instabilidades, sobretudo, no interior do Estado, foram fortemente influenciadas pela convergência de ventos organizada por um sistema de baixa pressão. Esse sistema, completa: evoluiu de um ciclone para uma depressão tropical e depois para uma tempestade tropical. Ele foi batizado de ciclone Akará.

Segundo a meteorologista, ainda que ocorrendo no oceano, muito distante da costa brasileira, argumenta, contribuiu para o cenário descrito. Essa tempestade tropical Akará criou um canal de umidade e isso provocou grande instabilidade no Norte e Nordeste.

Desse modo, diz ela: a configuração do ciclone no oceano, mais distante da costa, foi um fator diferenciado nesse cenário de convergência. Principalmente para a organização das instabilidade no interior.

EL NIÑO ENFRAQUECIDO?
Dentre outros fatores, houve também um certo enfraquecimento do El Niño, fenômeno de aquecimento das águas do Oceano Pacífico que influencia na ocorrência de chuvas no Nordeste brasileiro, aumentando o risco de seca na faixa norte das regiões Norte e Nordeste e de grandes volumes de chuva no Sul do País.

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