Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, faleceu 74 dias após ser absolvida pelo júri popular no Rio Grande do Sul. A jovem, que lutava contra um câncer no colo do útero diagnosticado enquanto estava presa, passou seis anos encarcerada por um crime do qual foi considerada inocente. Ela foi sepultada na última segunda-feira (27), em Araranguá (SC).
Damaris havia sido detida preventivamente em agosto de 2019, suspeita de envolvimento no h0m1c1d0 de Daniel Gomes Soveral, ocorrido no ano anterior, em Salto do Jacuí (RS). A denúncia do Ministério Público alegava que ela teria atraído a vítima até o local do crime, mas, durante o julgamento, o júri rejeitou a acusação por falta de provas.
Durante o período em que esteve presa, Damaris apresentou diversos pedidos de revogação da prisão, relatando dores e sangramentos, mas as solicitações foram negadas pela Justiça. O câncer foi confirmado apenas anos depois, quando seu quadro já havia se agravado.
Em março de 2025, a prisão foi convertida em domiciliar, e ela passou a cumprir medida com tornozeleira eletrônica enquanto realizava o tratamento médico. Mesmo doente, seguiu monitorada até sua absolvição, em agosto. A advogada de defesa, Rebeca Canabarro, afirmou que chegou a pedir a retirada do equipamento por motivos de saúde, mas os pedidos não foram atendidos.
Damaris morreu dois meses depois de finalmente provar sua inocência. O caso gerou forte comoção e reacendeu o debate sobre o impacto da morosidade judicial e da falta de assistência médica adequada às pessoas privadas de liberdade no país.
📄 Com informações do g1
📸 Foto: Reprodução




